quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Texto de Apresentação escrito por Massarani
As obras de Consuelo Gonçalves encontram-se nos limites
entre o grafismo e a pintura confiando as cores delicadas e tons
aparentemente monocromáticas a tradução de sua inspiração.
A estrutura de suas composições feita de edificações minúsculas,
típicas de um caleidoscópio, se compõem organicamente
em vibrações sistemáticas que criam um movimento
em espiral.
A artista experimenta com lúcida consciência e com total
empenho os ritmos existenciais, documentando-os de maneira
pessoal e oferecendo, assim, novas possibilidades de
relações com o pensamento.
Sua pintura é simples e essencial, portanto imediatamente
humana, feita de imagens filtradas capazes de conservar o
sentimento que acompanha sua criação.
Como tudo o que é autêntico, a pintura de Consuelo
Gonçalves não tem época nem modismo e por ser obra atual
resistirá, sem dúvida, às influências do tempo.
Emanuel von Lauenstein Massarani,
Crítico de arte e Superintendente do Patrimônio Cultural
da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Série Construções - Construções II (WTC)
Série Construções - Construções II, 2005
Óleo e pastel seco sobre tela, 34,5 x 27 cm
Quadro selecionado para exposição do Word Trade Center (WRC) São Paulo.
A sensação de isolamento está cada vez mais presente nos grandes centros. Mesmo com a verticalização maciça das cidades, com o “empilhamento” deste bolo de gente, forçadas a conviver lado a lado, ainda assim, essa impressão persiste. Fica patente que a quantidade de pessoas não necessariamente resulta na qualidade do contato entre elas e pode até resultar no contrário, estimulando o individualismo e o egoísmo.
Esta verticalização acaba por evidenciar um paradoxo: a inafastável necessidade do homem de viver em grandes comunidades e a tendência de desagregação dos indivíduos nesse meio, que tendem a se isolar nos seus pequenos espaços particulares.
Quando ocorrem grandes tragédias, temos uma rara e cara demonstração do quanto somos humanos e do quanto estamos próximos um ao outro. O mesmo poder tem a arte, a um custo muito menor, na medida em que permite ao espectador, através do subjetivo, a experimentação de vivências particulares e o compartilhamento de sensações intensas, de uma forma intransmissível através de palavras.
A pintura de Consuelo Gonçalves une esses dois pontos tão distantes e ilustra o caos atual da vida em comunidade, ao mesmo tempo que dá esperanças de um contato mais humano e ampliado, invadindo os espaços particulares e restaurando essa grande comunidade.